segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Médico suspeito de agredir criança durante consulta nega acusações: 'Mancharam minha honra'

Médico negou agressões à criança durante atendimento médico em Praia Grande, SP. — Foto: Praia Grande Mil Grau

O médico suspeito de ter agredido uma criança durante um atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Samambaia, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, negou as acusações feitas pela mãe do menino. O médico foi afastado imediatamente das funções profissionais até a apuração total dos fatos. Ele diz que a repercussão do caso 'manchou a honra dele', trazendo prejuízos financeiros e profissionais.

Em entrevista ao G1, o pediatra, que não quis ser identificado, disse que as agressões nunca aconteceram. Segundo ele, a família chegou ao local, por volta das 20h20, afirmando que a criança havia sido atropelada. De acordo com prontuários médicos, ela não teve que esperar mais de 1 hora para ser atendida. A criança foi levada à sala de medicação assim que chegou e o médico foi chamado.

O menino estava acompanhado da tia. Segundo o médico, ele estava muito agitado, devido aos ferimentos, e ela não o ajudou a acalmá-lo. Por isso, a criança não ouvia o especialista. “Eu dizia: você precisa me ouvir, eu preciso te olhar, te examinar”, conta o profissional.

O caso repercutiu nas redes sociais, após a mãe afirmar que o médico teria batido no rosto da criança, contudo, o médico nega a versão da família. Ele explica que segurou a cabeça do menino para analisar um ferimento no rosto. A criança estava tão agitada que batia a cabeça contra a parede e, na tentativa de impedir mais ferimentos, ele teve que colocar a mão na cabeça, de maneira mais firme, o que fez alusão à agressão citada. O médico ainda relatou que foram necessárias cinco pessoas para segurar a criança, incluindo a mãe, que foi chamada após a tia sair do consultório alegando as agressões.

O profissional também conta que perguntou à família da criança sobre como o atropelamento havia acontecido, mas as explicações eram limitadas e divergentes. Com a escassez de informações, ele encaminhou a criança para fazer um exame de tomografia, a fim de analisar a possibilidade de haver um trauma interno.

O especialista diz que foi orientado, pelo segurança da UPA, a esperar um pouco antes de chamar a família para retornar ao consultório após a realização dos curativos, pois o pai do menino havia chegado no local e estava alterado. Por isso, ele decidiu atender outras duas crianças que também estavam aguardando na unidade.

Ao fim das duas consultas, ele chamou a família para concluir o atendimento, contudo, eles haviam ido embora, sem receita médica ou o encerramento dos procedimentos, e retornaram em alguns minutos com a Polícia Militar.

O médico conversou com os policiais e explicou o caso. Segundo ele, a enfermeira não confirmou as informações à Polícia e não foi autorizada pela direção do hospital a falar, fato que diverge novamente da versão apresentada pela mãe, que afirma que a profissional a ajudou e confirmou a agressão aos agentes.

Após o ocorrido, a Polícia Civil passou a investigar o caso. O profissional diz que exige uma retratação pública da família e que está analisando o andamento da apuração dos fatos com os advogados dele.

Afastamento

A Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande afirmou que solicitou o afastamento do profissional até o fim da apuração dos fatos. O médico, que estava trabalhando na linha de frente em enfrentamento à Covid-19, disse que está decepcionado com a direção da UPA Samambaia e que as acusações acabaram causando prejuízo financeiro e à sua conduta profissional.

“Não teve nenhum tipo de negligência da minha parte. Eu me sinto injustiçado, decepcionado. Nunca tive esse tipo de acusações na minha carreira. Isso se chama destruição de reputação. Mancharam minha honra”, lamenta.

Em nota, o escritório de advocacia responsável pela defesa do médico, emitiu uma nota sobre o ocorrido. Confira na íntegra:

“O escritório repudia as acusações feitas contra o nosso cliente. Tudo parece tratar-se de uma inversão de valores. Um médico, no exercício de seu trabalho, cuidando e salvando vidas, não pode ser irresponsavelmente tachado de criminoso. Isto traz consequências graves, ainda mais se tratando de pessoa inocente. O médico responsável pelo atendimento em nenhum momento extrapolou os devidos cuidados durante o atendimento e, com toda técnica, tratou da criança. Agora, sofre infundadas acusações. Medidas judiciais serão tomadas para que a verdade venha à tona e que os verdadeiros irresponsáveis sejam responsabilizados”.

Fonte: G1 Santos

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