quarta-feira, 20 de outubro de 2021

'Não há necessidade de novas medidas restritivas no RN', diz pesquisador sobre aumento de casos de Covid em 31 cidades

Ricardo Valentim, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Arquivo) — Foto: Arthur Barbalho

"Não há necessidade de medidas restritivas além das que existem hoje no Rio Grande do Norte, como o uso de máscara", afirmou o professor Ricardo Valentim, diretor do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A declaração foi dada sobre a piora da situação da pandemia em 31 cidades potiguares, apontada em relatório da Secretaria Estadual de Saúde nesta terça-feira (19). Em entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi, o pesquisador também rejeitou a necessidade de suspensão de aulas.

De acordo com ele, o aumento pontual de casos é natural, por causa da flexibilização das medidas restritivas e retomada dos eventos e atividades como o turismo. Apesar disso, considerou que a situação é muito mais tranquila que no início de 2021, quando ainda não havia vacinação da população.

"Esses municípios não estão repercutindo, nesse momento, no aumento de internações e óbitos no estado", pontuou.

É o caso de Senador Elói de Souza, que decretou isolamento social e suspensão de eventos após registrar dois casos da variante delta.

Atualmente, o estado tem menos de 200 leitos de UTI voltados para pacientes com covid-19, enquanto em maio havia mais de 430 e fila de espera. A taxa de ocupação estava em 36% na manhã desta quarta-feira (20).

O professor que coordena as equipes que criaram e administram sistemas como o RN + Vacina e o Regula RN, usados no estado para gerir dados da vacinação e da internação de pacientes com covid-19, ressaltou que o RN registra atualmente cerca de 3,5 casos por 100 mil habitantes, enquanto o país de Portugal, que já vacinou um percentual maior da população, registra taxa acima de 6.

Vacinação

Por outro lado, o professor considerou que a preocupação das autoridades deve ser a vacinação da população, especialmente a que ainda não voltou para tomar a segunda dose e os idosos que não tomaram dose de reforço.

O estado tem 190 mil pessoas que não voltaram dentro do prazo para tomar a segunda dose do imunizante.

"A gente tem que se preocupar com esse público que não foi tomar a segunda dose. A maior letalidade está entre idosos que não se vacinaram ou não completaram o esquema vacinal. Mais de 70% das pessoas internadas são esses idosos, principalmente os que estão acima dos 80 anos", pontuou.

Para ele, qualquer medida imposta no momento, deve ter foco no incentivo à vacinação, como o caso do passaporte da vacina.

"Logo breve, quando a gente alcançar 70%, 80% da população adulta com as duas doses, o estado terá que rever essa questão da obrigatoriedade da máscara, de forma responsável, primeiro em ambientes abertos. E quem quiser, não se sentir à vontade, vai poder continuar usando máscara", considerou.

Fonte: g1 RN

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