Família aguarda há quatro meses exame de ressonância em menina que sofre convulsões, em Natal. — Foto: Inter TV Cabugi
Uma menina de 10 anos aguarda há quatro meses por um exame de ressonância magnética solicitado pelos médicos para tentar diagnosticar as causas das convulsões que ela apresenta quase todos os dias em Natal.
Quando apresenta uma crise, Rafaela Ferreira Serafim é levada para a Unidade de Pronto-Atendimento mais próxima à casa da família em uma carroça. O trajeto é de cerca de 30 minutos, segundo a mãe da criança, Angélica Guimarães.
A mãe relata que o exame custa R$ 1,3 mil na rede privada e a família não tem condições de arcar com a despesa. A família mora no bairro Lagoa Azul, na Zona Norte de Natal.
"O que ganho é do Bolsa Família e dos recicláveis que a gente cata, não tenho condições de pagar. Eu queria ter o exame para saber o que está acontecendo com ela", diz.
A menina já passou por outros exames, mas o estado não está oferecendo o procedimento de ressonância, solicitado pelos médicos, ao público infanto-juvenil.
O problema levou o Ministério Público a acionar a Justiça, que bloqueou cerca de R$ 1,5 milhão do governo estadual para garantir a retomada do serviço na rede pública.
Enquanto isso, a família segue esperando a retomada, porque não tem condições de pagar pela ressonância. Angélica conta que chegou a vender as próprias panelas de casa para comprar comida.
Decisão
A Justiça determinou bloqueio de valores para retomada de exames de tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas para crianças e adolescentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pelos próximos seis meses.
O MPRN moveu uma ação de cumprimento de sentença judicial com o objetivo de que o Estado tome providências e complemente o pagamento das produções de exames já realizados, no valor de R$ 47.231,61, e também custeie os exames pelo próximo semestre.
A Justiça também determinou a realização de uma audiência em 24 de novembro, por videoconferência, para definir a distribuição dos exames já com o valor bloqueado.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde informou apenas que o dinheiro estava bloqueado e que a decisão seria cumprida pelo estado.
Fonte: g1 RN e Inter TV Cabugi
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