Deputados estaduais pelo Amapá, Luciana Gurgel e Charly Jhone são investigados pela PF — Foto: Alap/Divulgação
A suposta prática de "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), alvos da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (8), teria desviado dos cofres públicos cerca de R$ 7,4 milhões desde 2019, conforme a investigação.
A operação "Double Crack" cumpriu 18 mandados de busca e apreensão contra dois deputados estaduais e assessores deles. A TV Globo apurou que os parlamentares são Luciana Gurgel e Charly Jhone, ambos do PL. Luciana se licenciou do cargo na quarta-feira (6) por motivos de saúde.
O g1 tentou, mas não conseguiu contato com os deputados e nem com os advogados deles até a publicação desta reportagem.
Double Crack: PF apura suspeita de esquema de 'rachadinhas' e fraude em licitação na Alap
A “rachadinha” é a prática na qual ocorre transferência de parte ou de todo o salário do servidor para o parlamentar a partir de um acordo estabelecido entre eles. Além dessa prática, a PF encontrou indícios de um superfaturamento do valor do aluguel do prédio onde funcionou a Escola do Legislativo. Até a licença, a deputada Luciana estava como diretora-geral da instituição de ensino ligada à Alap.
Dois mandados foram cumpridos nos gabinetes dos parlamentares e o restante nos endereços dos investigados, nesta sexta-feira, todos em Macapá. Foram apreendidos celulares, documentos, computadores, comprovantes bancários e de pagamentos de dívidas.
Investigação
Operação 'Double Crack': PF cumpriu mandado em um endereço no Centro de Macapá, ligado a um deputado estadual — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica
A PF começou a investigação após uma outra operação, deflagrada em maio de 2020, contra compra de votos. As suspeitas são de que pelo menos 33 assessores estiveram envolvidos no suposto esquema de "rachadinhas", sendo que 14 ainda seguem nos cargos - o restante foi exonerado.
Além disso, a investigação tem indícios do que a polícia descreve como uma “rachadinha paralela”: um dos parlamentares alvos da operação também pode ter recebido parte da remuneração de assessores de outro deputado. As buscas realizadas nesta sexta-feira buscam identificar a razão dessa prática.
Quanto à fraude na licitação para aluguel de um prédio onde funcionou a Escola do Legislativo, a PF informou que os indícios são de que a Alap pagava um valor 3 vezes maior do que o cobrado anteriormente.
"O prédio era locado anteriormente pouco mais de R$ 13 mil para parlamentar- valor do aluguel era pago com dinheiro desviado das remunerações dos assessores- que agiu no sentido de 'sublocar' para a Alap pelo valor de R$ 44 mil, com indícios de ter coordenado as alterações no imóvel de forma a atender as especificações de termo de referência/projeto básico da licitação, antes do início e divulgação de qualquer procedimento pela Alap", destacou a polícia.
Fonte: g1 AP — Macapá
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