sábado, 28 de maio de 2022

Sobe para 4 o número de paraenses mortos em operação da PM na Vila Cruzeiro, no RJ

Paraenses estão entre mortos em operação da PM no RJ

Quatro paraenses estão entre as 25 pessoas mortas em uma operação policial ocorrida na na Vila Cruzeiro, comunidade na Zona Norte do Rio, e regiões próximas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (27), pela Polícia Civil do Pará.

A operação foi realizada na terça-feira (24). No total, das 28 pessoas que deram entrada no Hospital Getúlio Vargas, e 23 morreram. Nessa lista não consta a moradora morta por uma bala perdida. Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, estava em casa quando foi atingida por um tiro de longo alcance e morreu na hora. A lista não consta também como menor que chegou morto à UPA do Alemão.

Criminosos do Pará

A operação realizada pela Polícia Federal e Forças de Segurança do Rio de Janeiro tinha como alvos foragidos da Justiça que possuem cargos lideranças em facções criminosas que atuam em vários Estados, incluindo o Pará.

Durante a ação, quatro paraenses foram atingidos e mortos. Todos eram investigados por envolvimento com facções criminosas e nos recentes ataques contra a vida de agentes públicos no Pará.

Outro paraense alvo da operação no Rio de Janeiro teve a prisão decretada após articulações da Polícia Civil do Pará, e teve a prisão efetuada na quinta-feira (26). O investigado já responde pelo crime de tráfico de drogas na justiça paraense.

A Polícia Civil do Pará informou que "se deslocou ao estado do Rio de Janeiro, onde vários envolvidos em crimes no Pará foram alvos da operação emergencial no estado, onde foram avaliadas as ações realizadas e alinhadas estratégias para ações conjuntas de combate à criminalidade".

Em nota, a Secretaria de Segurança do Pará (Segup) informou que "as forças de segurança do Pará seguem atuando, por meio da 'Operação Impacto', para que todos os envolvidos nos crimes sejam identificados e localizados".

Segundo a Segup, a "Operação Impacto" é realizada em todo o Pará, com prisões de lideranças criminosas e foragidos, apreensões de drogas e armas, mantendo o controle no sistema penitenciário com a suspensão de saídas temporárias e prosseguem no trabalho investigativo da Polícia Civil na elucidação dos crimes, resultando na prisão de vários membros de grupos criminosos envolvidos nos delitos.

De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, os paraenses mortos na operação são:

  • Eraldo de Novaes Ribeiro, apontado como chefe de tráfico em Moju, no Pará e morreu em confronto, segundo a PM. Ele teve a prisão preventiva decretada em março de 2016 pelo crime de roubo a banco, na cidade de Moju. Na época, um bando armado entrou atirando na agência que estava lotada, porque era dia de pagamento. Eles usaram reféns para fazer um escudo humano para se proteger da polícia. Os criminosos também fizeram pessoas reféns durante a fuga e usaram uma van, que dá acesso à ponte para Moju, para dificultar o trabalho da polícia.
  • Adriano Henrique Rodrigues Xavier, de 17 anos. Segundo a polícia, ele integrava grupos de assaltantes, era conhecido como ‘Playboy’ e morreu em confronto.
  • Mauri Edson Vulcão Costa, 35 anos, conhecido como Déo. Era natural do Pará e, segundo a polícia, morreu em confronto. Respondia também pelo nome de Marlon da Silva Costa e tinha passagens por tráfico, em 2015, foi alvo da operação Preamar, no Pará, que visava combater pontos de tráfico de drogas e impedir avanço de grupos de criminosos, na cidade de Abaetetuba, e nova passagem por tráfico em 2020.
  • Não identificado
O que a polícia foi fazer na Vila Cruzeiro?

Segundo a PM, a operação desta terça-feira (24) estava sendo planejada há meses. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com informações da Polícia Federal (PF), foram frustrar uma movimentação de traficantes do Comando Vermelho.

Dados da inteligência indicavam que haveria uma migração da Vila Cruzeiro para a Rocinha. Ambas as comunidades são dominadas pelo Comando Vermelho.

A PM afirma que a facção criminosa planejava reforçar as tropas na Rocinha. Na parte alta da Vila Cruzeiro, em uma área de mata, houve intenso confronto.

Policiais apreenderam 13 fuzis, quatro pistolas, 12 granadas e uma quantidade grande de drogas, ainda não contabilizada. Dez carros e 20 motos foram recuperados.

Migração de bandidos

O secretário de Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, disse que a comunidade da Vila Cruzeiro, na Zona Norte, passou a receber mais criminosos de outros estados nos últimos anos. Entre os mortos na operação desta terça-feira (24) na região, e pelo menos 4 deles eram de do Norte do país – 3 do Pará e 1 do Amazonas.

Segundo ele, a migração se intensificou depois da decisão do Supremo Tribunal Federal de regular as ações em comunidades do Rio, desde 2020. As operações não estão proibidas, mas entre as obrigações legais para a realização de incursões está a necessidade de comunicação ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), com antecedência ou até 24 horas após a ação.

"Começamos a reparar a migração dessas lideranças de uns tempos pra cá. E isso foi acentuando após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Fazer daqui o esconderijo deles é fruto dessa decisão. Estamos estudando essa questão, mas tudo nos leva a crer que isso se deve à decisão que limitou a ação das polícias nas comunidades”, disse em entrevista coletiva.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Rômulo Silva, disse que “por essa expansão territorial dessas organizações criminosamente no país”.

Fonte:  g1 Pará — Belém

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