sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Troca de tiros entre presidente de Câmara e vizinho que morreu baleado no Paraná teve pelo menos 15 disparos, diz delegado

Vereador Neto Fadel (PSD) e empresário Guilherme de Quadros Becher — Foto: TSE/Cedida pela família

Pelo menos 15 tiros foram disparados na noite em que o empresário Guilherme de Quadros Becher morreu após ser baleado pelo vereador Miguel Zahdi Neto (PSD), que é mais conhecido como Neto Fadel e atua como presidente da Câmara Municipal de Castro, nos Campos Gerais do Paraná.

A informação é do Luiz Gustavo Timossi. Segundo ele, indícios como munições encontradas no local apontam que Fadel atirou no mínimo 10 vezes e Becher deu pelo menos 5 disparos.

O delegado também afirma que aguarda os resultados da perícia das armas para confirmar os números e o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) para atestar quantos tiros atingiram Becher - para, então, definir se o inquérito continua considerando que Fadel agiu em legítima defesa, ou não.

O caso aconteceu na noite de quarta-feira (20), após um desentendimento entre o vereador e o empresário, que eram vizinhos em um condomínio de chácaras de Ponta Grossa - cidade que fica a cerca de 48 km de Castro.

O estopim, segundo a Polícia Civil, foram barulhos feitos por crianças da família do vereador. Após uma discussão, Becher atirou diversas vezes em direção à chácara de Fadel, que atirou de volta na direção do imóvel vizinho e atingiu o empresário, diz a corporação. Saiba mais abaixo.

O delegado afirma que, logo após o ocorrido, Fadel foi ouvido e liberado sem ser autuado porque, preliminarmente, "há indícios de que ele tenha atuado em legítima defesa".

Agora, o delegado pretende ouvir familiares de Becher, que segundo ele não quiseram comparecer na delegacia após a ocorrência.

A defesa da família da vítima disse que os familiares estão abalados e que "a verdade será revelada".

"A família lamenta profundamente que a autoridade policial não tenha mantido a prisão em flagrante ao menos até colher declarações e depoimentos sobre o outro lado da história, aguardando o laudo de necropsia - que ainda não saiu - deixando que a autoridade judicial, ouvido o Ministério Público, decidisse sobre a soltura", afirma o advogado Jairo Baluta.

Já a defesa do vereador afirma que ele agiu em legítima defesa e ressalta que ele prestou socorro à vítima e permaneceu no local, à disposição das autoridades.

"Importante mencionar que a arma utilizada para defesa estava devidamente registrada e com porte. Após o depoimento, diante da evidente ação em legítima defesa, Miguel foi liberado. Miguel colaborou com toda a investigação e segue à disposição para todos os esclarecimentos que se tornem necessários. Por fim, Miguel lamenta a morte de Guilherme. No entanto, infelizmente, precisou agir em legítima defesa para salvar sua vida, de seus familiares, amigos e crianças", afirma o advogado Ewerton Machado Rosa.

Fonte:g1 PR e RPC Ponta Grossa

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