
A audiência pública da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2026 expôs muito mais do que números. Revelou, com nitidez desconfortável, a distância entre discurso e prática de duas parlamentares que deveriam ser as primeiras a defender a educação de Pau dos Ferros: as vereadoras Aldaceia e Bolinha Aires.
Ambas professoras. Ambas eleitas com apoio de servidores da área. Ambas, acima de tudo, responsáveis por representar uma categoria que há anos luta por valorização, investimentos e respeito. No entanto, quando a Prefeitura apresentou uma proposta que reduz em quase 11% o orçamento da Educação para o próximo ano, o que se ouviu da dupla? Nada. Um silêncio ensurdecedor.
O corte é expressivo: a pasta sai de R$ 56,4 milhões em 2025 para R$ 50,6 milhões em 2026. Uma queda de R$ 5,7 milhões justamente em um setor que deveria ser intocável, ainda mais em um município que enfrenta dificuldades estruturais e pedagógicas.
Enquanto isso, a Secretaria de Comunicação terá um aumento de 220,75%, saltando de R$ 530 mil para R$ 1,71 milhão, um crescimento que chama atenção por coincidir com ano eleitoral. A discrepância é evidente, a prioridade também. Mas nenhum protesto, nenhuma nota, nenhum desconforto público partiu das vereadoras.
Aldaceia, ex-secretária de Educação e professora da UERN, deveria ser referência na defesa da educação municipal. O que se viu, porém, foi uma omissão que indignou até colegas parlamentares. Um deles, em contato com a redação, registrou surpresa diante da passividade da vereadora, lembrando que boa parte de sua votação veio justamente dos profissionais da educação. Já Bolinha Aires, igualmente professora, manteve-se em absoluto silêncio, como se a redução orçamentária não lhe dissesse respeito.
Não é apenas ausência de fala. É ausência de atitude. É falta de compromisso com a classe que representam. É uma escolha política, e lamentável, de proteger a gestão da prefeita Marianna Almeida em vez de proteger a educação de Pau dos Ferros.
Fonte: Portal Potiguar
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