A ação integrada entre a Corregedoria-Geral da Brigada Militar e 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta (11) — Foto: Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil deflagrou uma operação na manhã desta sexta-feira (11) para apreender possíveis provas contra nove agentes da Brigada Militar (BM) investigados por envolvimento no assassinato de uma adolescente de 17 anos e na tentativa de homicídio de um jovem da mesma idade.
A operação, intitulada Erga Omnes (termo jurídico em latim que significa "válido para todos"), foi colocada em prática pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil em conjunto com a Corregedoria da Brigada Militar e cumpriu sete mandados de busca e apreensão nas casas de nove policiais militares e em um batalhão da BM, em Porto Alegre e Cidreira, no Litoral Norte do RS. Ninguém foi preso.
A investigação é referente a um caso ocorrido em junho de 2021, quando agentes da Brigada Militar abordaram os dois jovens na Lomba do Pinheiro, zona leste de Porto Alegre, para buscar informações sobre traficantes da região. Os jovens seriam familiares de criminosos do bairro.
Como não conseguiram informações, a Polícia Civil suspeita que os brigadianos (denominação dos policiais militares do RS) transportaram os jovens até a região de uma facção rival e os abandonaram no local. A Polícia Civil investiga também se os agentes da BM avisaram criminosos da facção rival sobre a presença dos jovens ali.
A menina acabou morta com mais de 10 tiros. O adolescente foi capturado por criminosos da outra facção, mas conseguiu fugir depois de eles se assustarem com a chegada de uma viatura policial, segundo investigações. O jovem é a principal testemunha usada pela Polícia Civil para investigar o caso.
"Essa menina fazia parte de uma facção rival e tinha um mandado de busca e apreensão pendente. Na investigação, fizemos o caminho inverso, tentamos descobrir quais foram os últimos passos dessa menina. De acordo com os informações preliminares, os policiais militares queriam armas, drogas e informações para fazer as prisões, mas esses jovens não tinham essas informações", informa a delegada à frente do caso, Isadora Galian, titular da 1ª Delegacia do Departamento de Homicídios de Porto Alegre.
Investigação
Na investigação, a Polícia Civil apurou, por meio de imagens de câmeras de segurança e relatos de pessoas próximas ao local da abordagem, que os dois jovens foram colocados na mesma viatura e, em determinado momento, foram separados. As duas viaturas teriam circulado pela cidade por horas, até que os dois jovens foram deixados no local conhecido como Beco dos Cafunchos, território de uma facção rival do grupo.
De acordo com imagens obtidas pela Polícia Civil, os dois jovens foram abordados imediatamente por criminosos da região. A menina foi executada com tiros, e o menino foi arrastado até um local, onde provavelmente também seria executado. A chegada de uma viatura acabou assustando os criminosos, que deixaram o jovem em um valão.
"Ouvimos os suspeitos no Palácio da Polícia. Alguns vão ser ouvidos posteriormente. A gente recebeu um oficio da Brigada Militar hoje (11) mais cedo, porque esses agentes seriam afastados, mas não sabemos. Chegamos para cumprir as ordens de busca e apreensão e alguns suspeitos estavam uniformizados e trabalhando", revela a delegada.
A investigação da Operação Erga Omnes está acontecendo desde 25 de junho de 2021.
Fonte : g1 RS
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