Reprodução TV Globo
A cada novo boletim que era divulgado na noite deste domingo (2), uma certeza batia a porta do eleitor - e dos políticos: os institutos erraram, e feio. Pelo menos, boa parte deles, inclusive, aqueles de maior credibilidade.
Na eleição presidencial, por exemplo, Datafolha e Ipec davam menos de 40% dos votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontaram a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar sem a necessidade de segundo turno.
Desde agosto, o Ipec fez sete pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto. Considerando os votos válidos, o petista oscilou de 52% para 51%. Levando em conta a margem de erro de dois pontos percentuais estabelecida pelo instituto, o Ipec se aproximou do resultado divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que registrou 48% dos votos para Lula.
No entanto, a empresa não chegou nem perto do total de votos obtidos por Bolsonaro. O presidente teve 43%, segundo o TSE. Nos sete levantamentos do Ipec, contudo, o chefe do Executivo começou e terminou com 37% dos votos válidos.
Na disputa pelo Senado aqui no Rio Grande do Norte, por exemplo, a pesquisa do Ipec divulgada no sábado (1º), pela InterTV Cabugi, apontou mais uma vez a vitória de Carlos Eduardo (PDT), com 40% dos votos válidos, seguido por Rogério Marinho (PL), que tem 29% e Rafael Motta (PSB) com 23%.
Quando abriram as urnas, quem teve quase 42% dos votos válidos foi Rogério, com o ex-prefeito de Natal não superando a marca dos 34% e com Rafael Motta atingindo 22%.
Com o Datafolha não foi diferente. Em seis pesquisas feitas desde agosto, Lula iniciou com 51% dos votos válidos e terminou com 50%. Bolsonaro, por sua vez, tinha 35% na primeira amostra e 36% na última.
Na avaliação de especialistas, a quantidade de erros compromete a credibilidade das empresas. Doutor em ciência política, Leandro Gabiati diz que os institutos de pesquisa fazem parte do processo eleitoral e ajudam o eleitor a entender melhor em qual contexto ele vai votar, mas alerta que a baixa assertividade atrapalha o cenário eleitoral.
Quando as pesquisas trazem informações erradas, isso confunde o eleitor. E se os institutos passam a ter descrédito na sociedade e com atores políticos, isso é negativo para a democracia como um todo. É fundamental que os institutos façam uma mea culpa e aprimorem a metodologia e as ferramentas de pesquisa para acertar mais.
Fonte: Portal Grande Ponto
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